Ao longo do texto, alguns questionamentos foram feitos pela autora Neusa Schilaro Scaléa. O que você tem a dizer sobre as indagações? Concorda com a posição do texto? Aguardamos os seus comentários!!!
A arte contemporânea
vem por caminhos bem sedimentados. Para o historiador, o conhecedor de arte, o
crítico, os estudantes, e demais apreciadores de arte, localizar obras ao longo
do percurso do homem neste planeta não é mais difícil do que localizar o cinema
que estará exibindo seu filme favorito. Basta consultar um site de buscas na
internet e lá encontrará desde a chamada arte rupestre, passando pelos
egípcios, gregos e romanos até chegar ao modernismo, sem contar a arte
praticada na Ásia, na África ou na Oceania.
Mosaicos bizantinos,
esculturas renascentistas, arquitetura gótica, pinturas expressionistas ou
impressionistas, tudo isso nos vem à memória através de imagens, sejamos especialistas
ou apenas apreciadores. Nessa melangerie,
nesse pasticho, alguns tempos se confundem, se achatam e grudam na pasta do
velho-renovado-de novo.
Estamos deixando a pós-modernidade,
que se caracterizou pelos resgates, reimpressão, reinvenção, replicamento,
cópia, imagens de terceira geração, interferência etc. Não seria mais o tempo
do individuo solitário em seu ateliê. As obras ganharam enormes dimensões e
trazem quase sempre propostas reeditadas. As performances. Actionart, arte
povera, as instalações herméticas ou evidentes, o apossamento dos espaços
urbanos com provocações e grafites. Isso tudo agora começa a deixar certo gosto
de ranço, de passado que ainda não se foi, mas já está maduro para ir.
E o crítico de arte
nisso tudo? Adaptando-se. E adaptando-se foi engolindo o sapo do
já-visto-mas-reformado. E soubemos pela crítica o que estava acontecendo;
porque Christo embrulhava pontes, telefones ou garrafas. Como reagir
diante de uma mesa vazia em um cubo branco como era chamado o espaço
expositivo. Imagens e mais imagens, nosso deposito está abarrotado; e se armazenarmos
na nuvem? Há tempo de digerir, fruir tantas imagens que nos trouxe o
moderno (que foi distinto em países e tempos diversos)? Imagens manipuladas a
ponto de parecerem... não manipuladas. O olho da câmera é mais aguçado, vê
muito mais e melhor que o olho humano desarmado. Mas não inocente.
Já no final do milênio
a pergunta, a busca, o desejo, a pretensão a um novo desenho, uma nova
proposta, um novo saber, enfim a arte contemporânea começa a bater a porta
exigindo seu espaço.
E o crítico, o estudioso,
o apreciador espera do artista uma resposta. Emergem as chamadas novas mídias e
logo esses novos suportes estão suportando o mesmo peso.
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