quarta-feira, 12 de junho de 2013

Crítica de arte

Neste blog, a Fundação Pró-Memória já postou textos descritivos, crônica e até trechos de tese de mestrado. E, para continuar inovando e abrangendo essa diversidade de tipos de narrativa, divulgamos abaixo uma crítica da arte contemporânea.

Ao longo do texto, alguns questionamentos foram feitos pela autora Neusa Schilaro Scaléa. O que você tem a dizer sobre as indagações? Concorda com a posição do texto? Aguardamos os seus comentários!!!


A arte contemporânea vem por caminhos bem sedimentados. Para o historiador, o conhecedor de arte, o crítico, os estudantes, e demais apreciadores de arte, localizar obras ao longo do percurso do homem neste planeta não é mais difícil do que localizar o cinema que estará exibindo seu filme favorito. Basta consultar um site de buscas na internet e lá encontrará desde a chamada arte rupestre, passando pelos egípcios, gregos e romanos até chegar ao modernismo, sem contar a arte praticada na Ásia, na África ou na Oceania.

Mosaicos bizantinos, esculturas renascentistas, arquitetura gótica, pinturas expressionistas ou impressionistas, tudo isso nos vem à memória através de imagens, sejamos especialistas ou apenas apreciadores. Nessa melangerie, nesse pasticho, alguns tempos se confundem, se achatam e grudam na pasta do velho-renovado-de novo.

Estamos deixando a pós-modernidade, que se caracterizou pelos resgates, reimpressão, reinvenção, replicamento, cópia, imagens de terceira geração, interferência etc. Não seria mais o tempo do individuo solitário em seu ateliê. As obras ganharam enormes dimensões e trazem quase sempre propostas reeditadas. As performances. Actionart, arte povera, as instalações herméticas ou evidentes, o apossamento dos espaços urbanos com provocações e grafites. Isso tudo agora começa a deixar certo gosto de ranço, de passado que ainda não se foi, mas já está maduro para ir.

E o crítico de arte nisso tudo? Adaptando-se. E adaptando-se foi engolindo o sapo do já-visto-mas-reformado. E soubemos pela crítica o que estava acontecendo; porque Christo embrulhava pontes, telefones ou garrafas. Como reagir  diante de uma mesa vazia em um cubo branco como era chamado o espaço expositivo. Imagens e mais imagens, nosso deposito está abarrotado; e se armazenarmos na nuvem? Há  tempo de digerir, fruir tantas imagens que nos trouxe o moderno (que foi distinto em países e tempos diversos)? Imagens manipuladas a ponto de parecerem... não manipuladas. O olho da câmera é mais aguçado, vê muito mais e melhor que o olho humano desarmado. Mas não inocente.

Já no final do milênio a pergunta, a busca, o desejo, a pretensão a um novo desenho, uma nova proposta, um novo saber, enfim a arte contemporânea começa a bater a porta exigindo seu espaço.

E o crítico, o estudioso, o apreciador espera do artista uma resposta. Emergem as chamadas novas mídias e logo esses novos suportes estão suportando o mesmo peso.


E vamos em busca dessa arte!!!

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