A árvore da amizade
Priscila Gorzoni
Quem desce do ônibus no ponto central
da Avenida Goiás, em frente à Praça dos Arcos (que tem o nome oficial de Praça
Prefeito Luis Olinto Tortorello), não imagina que bem atrás da banca de flores
existe uma árvore muito famosa chamada Árvore da Amizade.
Outro dia, passei próxima dela e,
embora escondida e com pó sobre a placa, chama a atenção. A Árvore da Amizade é
uma das mais antigas e que melhor simboliza São Caetano do Sul. Ela foi
plantada em 1930, durante a visita de Paul Harris, fundador do Rotary Club
International, ao município. A árvore é uma das mudas da árvore original da
amizade.
Essa história começou quando o engenheiro
Armando Arruda Pereira convidou Paul Harris para visitar sua casa, no Bairro da
Fundação, em 1905. Ao receber a visita de Harris e sua esposa, Jean, Arruda
ficou tão feliz que quis marcar o encontro com o plantio de um cedro em seu
quintal como símbolo de sua amizade rotária. Nessa ocasião, Arruda disse:
“Dentro de poucos anos, toda esta região terá um grande desenvolvimento e então
chegará a hora de plantarmos muitos Rotarys por aqui”.
Plantar árvores por onde passava
era um costume de Harris, tanto que antes do citado cedro, ele já havia
plantado outras mudas no Brasil. Na mesma visita, havia plantado um ipê amarelo
na Praça da República, em São Paulo.
Bem mais tarde, em 1955, durante
uma reunião do Inter-Clubes, que contou com a presença de Manuel Gutierrez
Duran, a tradicional Árvore da Amizade foi transferida para o Jardim Primeiro
de Maio, antigo Paço Municipal, hoje conhecida como Praça Prefeito Luis Olinto
Tortorello, onde também foi colocada uma placa de bronze, que tinha os
principais dizeres: “Árvore da Amizade (cedro) plantada em 1936, por Paul P.
Harris, na residência do companheiro Armando Arruda Pereira e replantada em 6
de fevereiro de 1955 pelo Rotary Club de São Caetano do Sul”.
Mas esta árvore não foi a única
a marcar a história de São Caetano. Uma figueira se tornou emblema do Bairro Nova
Gerty. Ela sobrevive ao tempo e se mantém imponente entre as ruas Visconde de
Inhaúma, Itu e Nelly Pelegrino. O encontro dessas três vias se tornou conhecido
como o Largo da Figueira. É difícil precisar o nascimento da figueira,
estima-se que tenha ocorrido antes da chegada do farmacêutico Abrahão Leite
Brito ao bairro, em setembro de 1948. (1)
E por falar em árvore que tal também
citar a que serviu de base para a estátua de São Pedro, exposta em frente à
USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), em 1975! Mas este assunto daria
um post inteiro, então essa história fica para uma próxima...
Referência bibliográfica:“A árvore da amizade. A presença
de Paul Harris em São Caetano do Sul”, de Jayme da Costa Patrão, Revista Raízes
15.
(1)
Migração e
Urbanização: a presença de São Caetano na região do ABC, Ademir Medici PP 464.
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